Acorda Amor (Chico Buarque – NIGUIM)

Cabe um belo e necessário debate acerca do que queremos, até onde a sociedade brasileira pretende chegar, como país, como estado, como meio onde a vida segue. As gerações se sucedem e os direitos e deveres se firmam e se modificam de acordo com as mutações desta mesma sociedade.

Este aparente choque entre as decisões judiciais, debatidadas aqui e aqui, está embrionariamente sintetizada aqui.

Juvêncio Arruda, um cidadão honesto com suas posições, e aberto ao bom debate, vem dando, apenas isso, vazão à opnião pública sobre tais decisões.

Sem baixaria, sem ataques soberbos, sem arroubos comuns aos que não concordam com um comentário divergente (bom comentário, diga-se, pois os comentários canalhas são só… canalhices e não merecem o prazer nem do debate).

Costumo dizer que um blog é um bom “papo de bar”, na maior esquina do mundo. Ao inventar a web, o homem se superou!

Ofereço a genialidade do Chico.

Chico Buarque de Holanda não podia pensar em lançar uma música, um disco, que a censura dava-lhe de pau. Sentava-lhe a macacaúba!

Lançou, então, o disco Sinal Fechado, só com músicas de terceiros. Aliás, Sinal Fechado, que dá o nome à obra, é uma música do Paulinho da Viola.

Ali no meio, surge Julinho da Adelaide, com a música Acorda Amor. Passou! O Censor até achou engraçado chamarem o ladrão.

Juvêncio não precisa chamar, clamar, chamar lá o ladrão.

Aguardará a justiça, defenderá a justiça e o direito de todos postarem e portarem suas boas opniões. Aceita o jogo e o joga com regras democráticas, sem soberba, sem pavulagem.

À questão, ofereço:

Acorda Amor
Chico Buarque

Composição: Leonel Paiva/Julinho da Adelaide (Chico Buarque)

Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão

Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer

Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)

Sobre Lafayette

Xipaia... o último dos guerreiros!
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3 respostas para Acorda Amor (Chico Buarque – NIGUIM)

  1. Juca disse:

    Parabéns pelo post, dr. Lafayette.
    E muito obrigado por suas considerações à minha pessoa a ao meu trabalho.
    Os extremos do debate estão muito bem representados nos links oferecidos.
    E o post se mostra ( muito bem) disposto ao debate.
    Abs ( pra todos os Costa Nunes)

    • Lafayette disse:

      Juvêncio, devemos debater sem perder a ternura.
      Sem arremates heróicos ou arcáicos.
      Apenas visando melhorar, cada vez mais, a democracia.
      Abraço.

  2. Lafayette disse:

    Aqui não, anônimo. Seu comentário covarde foi retirado por mim.

    Não controlo, de modo prévio, os comentários de visitantes. Mas, o blog é meu, e aqui só fica quem eu quiser. Neste sentido, Stalin é uma moça na comparação.

    Se você der uma olhada por aí, verás o que penso sobre anônimos. Ainda mais anônimos que, nesta condição e somente nesta condição, viram paladinos da moral e dos bons costumes. Todos que assim atuam são canalhas e, o pior, canalhas covardes.

    Coloque seu nome completo e CPF, que publico seu comentário.

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