ESPERA

Ah, se hoje tivesse a certeza
Do encontro com vocês
Do nascer deste ventre de dois
À descontinuidade de mim
Me sossegaria

Já não teria a agonia
A saudade morreria
Nos beijos de doceria
Dos olhos de Alexandria

Será que me demoro?
Será que me demora?

Espero que sim
Assim, a saudade em mim
Teria razão
De existir

Espero com esperança
Dos náufragos de noite
Em uma baia marajoara
Em meio à geral de toró
Abraçar vocês, novamente

Então chegaria a alegria
Não acabaria a cantoria
Nada me feriria
Com fé, riria

Ah se tivesse certeza
Que ao final
Chegaria o dia
Que a saudade morreria

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EFEITO DUNNING-KRUGER

Você já ouviu falar no “Efeito
Dunning-Kruger”?

Dois cientistas, David Dunning e Justin Kruger estudaram e realizaram vários testes práticos e teóricos sobre o que chamaram de “Superioridade Ilusória” ou “Efeito Dunning-Kruger”, como ficou conhecido, depois.

Esse estudo, na verdade, não tinha muitas pretensões, mas, mostrou-se eficiente para explicar por que muitas pessoas têm dificuldade ou, até mesmo, impossibilidade cognitiva de perceber um erro, uma mentira, uma tese, uma teoria conspiratória por mais absurda que seja.

E mais.

Que tal condição – a de não percepção – aumenta quanto mais a pessoa tem exagerada autoconfiança em sua (pouca) habilidade e conhecimento, em relações ao outro, ao grupo social que participa.

E, também, não conseguem, por conta disto, avaliar sua posição de autoridade no assunto em relação ao outro. Na verdade, sua baixa ou nenhuma autoridade.

Quando se está sob o “Efeito Dunning-Kruger”, a pessoa se encontra afetada por uma dupla condição social: chega a uma conclusao errada ou distorcida ou irreal e não consegue perceber isto, mesmo vendo, sentindo ou recebendo explicações lógicas contrárias a sua “certeza” errônea.

O estudo é de 1999 e se revelou um potente método de avaliação nas mais diversas áreas da atividade humana, da aviação ao mercado de ações.

Atualmente, esse estudo social tem sido muito usado para, tentar, explicar por qual motivo muita gente acredita em absurdos como “fraude em urna eletrônica”, “que a Lady Gaga é uma alta autoridade do Tribunal Penal Internacional, localizado em Haia e vai coordenar uma intervenção federal no Brasil”, “que a Globo é comunista”, “que mandaram prender o Ministro Alexandre de Moraes”, “que o Lula teria morrido e sido trocado por um sósia” ou “que teria sofrido um AVC” ou “infartado”, “que o Bolsonaro é honesto e patriota”.

O interessante do estudo é que este concluiu que, ninguém está escapo de sofrer ou estar sob o Efeito Dunning-Kruger, já que uma de suas características é que o atingido não consegue perceber sua situação, face sua baixa cognicidade.

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A HISTERIA COLETIVA

10 de novembro de 2022, se hoje fosse vivo, o papai completaria 83 anos. Feliz aniversário, Seu André!

***

“Cortar a ciência fundamental, movida pela curiosidade, é comer a semente do trigo. Talvez tenhamos um pouco mais para nos alimentar no próximo inverno, mas o que plantaremos para que nós e nossos filhos tenhamos o suficiente para atravessar os invernos futuros? (“O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no escuro”, 1ª ed – 1995)

“A doutrina de que a Terra não é o centro do universo e nem é imóvel, e que se move, até mesmo, por rotação diária, é absurda, filosófica e teologicamente falsa, e pelo menos um erro de Fé”. Assim foi redigida a decisão da Congregação Romana contra Galileu (“O Livro dos Fatos” de Isaac Asimov, pág. 162)

“Euclides não elaborou praticamente nenhum dos teoremas da geometria “euclidiana”. Era um coletor de trabalhos de outras pessoas. Sua grande virtude foi ter colocado os teoremas geométricos, conhecidos no seu tempo, em ordem tão lógica que ficaram quase perfeitos.” (apud, pág. 168)

“Houve uma revolta na Inglaterra quando o calendário gregoriano foi adotado e o dia 3 de setembro de 1752 passou, sem mais nem menos, para 14 de setembro. Muitas pessoas insistiam que lhe tinham sido roubados onze dias.” (apud, pág. 399)

“[…] penso que estamos cegos, cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem.” (“Ensaio sobre a cegueira”, Saramago, 1995)

***

A HISTERIA COLETIVA

No livro “Ensaio sobre a Cegueira”, Saramago apresentou um resumo contemporâneo do Ser: individualista, que busca pelo capital o bem-estar infinito em uma Terra finita, onde industrializa desejos, se apraz com tecnologias que enganam, mas, confortam nosso ego, criam ilusões “reais”.

É quando a mulher do médico diz: “O mundo está todo aqui dentro”, que Saramago põe todo mundo no mesmo barco da aflição existencial.

Freud nos disse que a cegueira pode ser provocada pela histeria: “Em circunstâncias de estresse e trauma, uma pessoa pode fabricar, psicologicamente, sua própria cegueira”.

A histeria coletiva, portanto, pode ser resultado deste Ser contemporâneo que, traumatizado e estressado – pela própria necessidade de se manter vivo- fica “cego” ante uma realidade que lhe agride as certezas.

Asimov, em seu livro “O Cair da Noite”, coloca o Ser em um planeta onde, por conta de orbitar seis sóis, a última noite aconteceu há 2049 anos.

Assim, gerações, inclusive a atual, no planeta “Terra de Lagash” não conhecem a escuridão e nem mesmo a existência de outras estrelas, planetas, satélites etc, pois, a claridade intensa não permite ver o além do seu céu brilhoso.

Em dado momento, eis que a noite vai chegando, por pura obra da ciência física, astronômica e kleperniana.

As explicações e soluções para “o problema” que, de início, eram razoáveis e dentro da, então, “normalidade”, vai, à medida que a sombra da escuridão aumenta, chegando ao limite do lógico para, enfim, ultrapassar a razão.

O pânico, a histeria coletiva se instala.

Um dos grandes problemas do povo de Lagash é a total falta de dados, de registros históricos de “outras noites”, normais e resultantes de um clico natural, e ausência de conhecimento científico sobre a questão. Como se disse, nem sabiam que haveriam outras estruturas, outros sistemas celestiais, além das do que vivem.

O livro é de 1941.

H. G. Wells escreveu um romance de ficção: “A Guerra dos Mundos”, no final do século XIX.

Em 1938, antes da 2ªGuerra Mundial, mas com rumores cada vez maiores de sua deflagração, a rádio Columbia Broadcasting System (CBS), em Nova York, resolveu adaptar o conto e o narrar, inicialmente por 30 minutos, mas, depois, incidentalmente na programação normal.

Era dia 30 de outubro, Halloween por lá. O romance fala de uma invasão de marcianos a Terra.

Como alguns ouvintes não pegaram o início do programa, acabaram por acreditar, realmente, que estava ocorrendo uma invasão extraterreste no mundo. As ruas de Nova York e de Nova Jersey ficaram cheias de pessoas, ora orando, ora bradando com vigor palavras contra a “ameaça” imaginária.

Quando Fao Troffea começou a dançar sem música, em Estrasburgo, França, as pessoas ao redor, no início acharam interessante e batiam palmas.

A dançarina, estranhamente, não parava e em poucos dias era acompanhada, na dança sem música, por cerca de 34 pessoas. Em um mês, já eram 400 e começaram a morrer por exaustão, por inanição e ataque do coração. Ficou registrado que, em certo momento, morriam em média 15 por dia.

Esse caso de histeria coletiva é bastante interessante de ser analisada cientificamente, pois, primeiro os especialistas, médicos e astrônomos de então, chegaram à conclusão que o “fenômeno” era causado pelo “sangue quente” dos dançantes.

Depois, tiveram uma grande ideia – pensavam que era – para fazer parar a dança: construíram palcos, com músicos ativamente tocando. Tinham que, com o estímulo as coisas iriam se resolver. Circo armado, ao invés de arrefecer, aumentou a histeria, com mais e mais pessoas chegando e dançando.

Pararam de dançar de repente quatro meses depois, voltando ao normal, menos para os que morreram, claro.

Quando alguém gritou “fogo” no Cine-Teatro Oberdan, em São Paulo, talvez não imaginava a tragédia que provocaria.

O ano era 1938, dia 4 de Abril e era exibido o filme “Criminosos do ar” (Criminals of the air, 1937, direção de Charles Coleman).

O grito de “fogo” ocorreu no momento em que, no filme, dois aviões se chocavam em pleno ar e se incendiavam.

A tela projetada se encheu de fogo e fumaça, os fumos e cheiros dos cigarros, cachimbos e charutos vindo da própria plateia se encarregaram da ilusão histérica.

Pessoas se acotovelando e se empurrando para sair do local acabaram por pisotear e imprensar outras até a morte: mais de 30 pessoas, crianças e adolescente no meio, morreram.

Historiada, contada, recontada e, até mesmo, tema de excelente filme, é famosa a histeria coletiva conhecida como: AS BRUXAS DE SALEM.

Em 1692, os EUA eram, ainda, uma colônia inglesa. Os colonos vinham, em grande maioria, da Europa católica e cristã. A vida se resumia, praticamente, em plantar, colher, comer e rezar – e matar os povos nativos e derrubar as florestas.

Um dos reverendo mais proeminentes da Salem, no estado de Massachusetts, era o Samuel Parris.

Em certo momento, uma de suas filhas, Betty de 9 anos e sua sobrinha, Abigail de 11, começaram a ter convulsões e desmaios.

Logo depois, juntou-se às duas crianças, a pequena Ann Putnam, que também estava sendo “amaldiçoada”.

Não tardou para as crianças começarem a afirmar que estavam sofrendo mordidas, beliscões e furadas por seres invisíveis, por forças estranhas.

O médico, sério e bastante respeitado da cidade, Dr. William Griggs, após profícua análise, concluiu que se tratava de bruxaria, de feitiçaria, de possessão demoníaca.

Logo uma histeria coletiva, abastecida por preconceito, radicalismos de toda ordem moral, religiosa e comportamental, iniciou uma verdadeira caçada às bruxas que haviam “enfeitiçadas” as crianças.

Consta que mais de 300 pessoas foram investigadas por bruxaria e 19 enforcadas. A maioria mulheres.

Como em toda histeria coletiva que se prese, ou seja, sem qualquer critério racional e lógico, as mulheres eram acusadas de bruxaria ora por “terem muitos filhos”, ora por “terem poucos filhos”, ora por “não terem filho algum”, ora por serem “pobres demais”, ora por serem “ricas demais”, ora por “morarem na rua”, ora “por serem velhas demais”.

Essa falta de justificativa ou, por outro viés, essas múltiplas e até contraditórias justificativas entre si para a perseguição praticada é comum em casos assim, já que “algumas pessoas já tem suas certezas e só precisam de uma justificativa que se encaixe”, disse-me meu pai, certa vez.

No caso das “Bruxas de Salem”, há um ingrediente a mais: o racismo e a xenofobia.

É que umas das três primeiras pessoas a serem caçadas, presas e julgadas foi a escrava Tituba.

Nominada como a “Bruxa Negra de Salem”, Tituba, pelo que os historicistas pesquisaram, era da América do Sul, de onde hoje é a Venezuela.

Por tal origem, não sendo branca e sendo estrangeira – o que é interessante, pois, ali, todos ao fim e ao cabo também o eram – foi acusada de feitiçaria e de ensinar magias à crianças.

Ela havia sido comprada, justamente, pelo reverendo Samuel Parris.

Como se sabe, em se tratando de teorias de conspirações, de histerias coletivas, basta um milímetro de inteligência para desmoronar toda a tese absurda, ora defendida.

Tituba vendo que nenhuma de suar argumentações contrárias às acusações dariam resultado e, após, muito ser torturada, resolveu “confessar”, já que para os habitantes puritanos de Salem, com a certeza que só os justos e tementes têm, a escrava estava possuída pelo próprio Diabo e com ele havia feito um pacto.

Tituba, ao ser julgada, usou isto em seu favor, defendendo a tese de que, como tinha sido possuída pelo Diabo e sendo este um ser ardiloso, enganador, não era culpada dos atos de bruxaria, mas, sim, ao revés, era vítima!

Teria dito: “o demônio veio até mim e ordenou que eu o servisse” e discorreu sobre várias histórias de feitiçaria por ela inventadas e nunca averiguadas, pois, a verdade não importava, afinal.

Mesmo tendo sido absolvida, Tituba ficou presa por mais 15 meses. É que o reverendo, no alto de sua cristandade de araque, não compareceu para pagar sua fiança, já que era dele a obrigação por se “seu dono”.

Em 1693, Tituba foi novamente vendida e desapareceu no mundão.

É muito impressionante e, ao mesmo tempo, assustador que 330 anos depois, a história vivida na pequena Salem ainda seja tão atual.

Lafayette Nunes

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O FEITICEIRO, O HOMEM CHAMADO CAVALO E O BOLO NA CHUVA

Você se pergunta: O que estas coisas do título têm em comum, ainda mais quando se coloca no caldeirão a Donna Summer e Bach.

Tudo!

Richards Harris foi um ator irlandês.

Foi o feiticeiro Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore e diretor da escola de bruxaria de Hogwarts, na série “Harry Potter” de J. K. Rowling.

Foi varias coisas.

O Tenente-coronel Mike Barnsby, em “Os Canhões de Navarone”.

Mas, para quem viu na juventude, foi o marcante “Um Homem Chamado Cavalo”.

Pois bem…

“MacArthur Park”, como o nome diz, é um parque em Los Angeles e o nome da música composta por Jimmy Webb, cantor, de quem Richard era amigo.

Richard, depois de filmar “Camelot” e cantar nele, gostou e começou a insistir ao Jimmy que compusesse “algo” para ele.

Jimmy assim o fez e, em 1967, apresentou sua “MacArthur Park”, que conta uma linda história de amor que viveu com Susie Horton, atriz, mas que não prosperou, deixando marcas de sua passagem.

Desafiado por Harris, Webb deu a volta e lhe, também, desafiou a cantar “MacArthur Park”, uma cantata, à moda de Johann Sebastian Bach.

“MacArthur Park” é apresentada em quatro movimentos.

O primeiro, chamado de “In The Partk”, orquestra, com piano, cravo e metais. O Segundo, intitulado “After the Loves of My Life”. O terceiro, allegro e instrumental. O quarto e definitivo, sem nome, mas uma repetição do primeiro ato e propôs ao Harris que cantasse esta parte com dramaticidade, ator que era e dos bons.

Eis o resultado:

A música foi gravada, depois, por muitos artistas, bandas e orquestras, tendo sido um grande sucesso da Era Disco, na voz e versão de Donna Summer:

É isto aí!

Ps: E o bolo? Ah, o bolo derrete na chuva, com uma receita irrepetível.

“MacArthur’s Park is melting in the dark
All the sweet, green icing flowing down
Someone left the cake out in the rain
I don’t think that I can take it
‘Cause it took so long to bake it
And I’ll never have that recipe again
Oh, no!”

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BELÉM DA RESISTÊNCIA

Belém resiste e insiste.

A presença dessa Samaúma em plena Tv. Alferes Costa é a prova viva que, mesmo muito maltratada, tem surpresas para quem possui olhar atento e carinhoso por ela.

Mas, vejam como são as coisas. Vocês estão vendo esses ônibus estacionados na via? Estão ali porque é o “final da linha”, ou seja, ficam filas enormes desses veículos, atrapalhando o trânsito, inclusive de pedestres, sob o beneplácito de todos os responsáveis em coibir.

E lá, soberana, sublime, imponente, está a Samaúma.

Feliz aniversário, Belém, os que morrerão por ti te saúdam!

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O JOGO DO QUEIROGA

Obs: Tentarei expor com o mínimo de juridiquês

-É obrigatória, no Brasil a vacinação de criança?

-Depende!, é a resposta mais correta.

-Mas, depende de quê, do quê, de quem?

Bem, a resposta para esta última pergunta merece umas considerações, antes.

A 1ª é que, como se percebeu, os Direitos e Garantias Individuais não são instituições absolutas. Na verdade, como elas podem, até, serem extintas por uma Constituição nova, esse “poder absolutista” que alguns querem lhe pintar, não orna a parede da inteligência e, quando vem dentro de em uma lata do meio jurídico, a tinta é mais imprópria para o consumo, ainda.

A 2ª, é no sentido de que se deve, de uma vez por todas, entender que uma norma só é inconstitucional, definitiva e para todos, quando o STF diz que é. Ponto!

A 3ª é que, o STF tem o poder de, em vez de declarar uma norma inconstitucional, dizer como se deve interpretar e executar tal norma ou princípio e que, caso se interprete ou se execute de outro modo, tal outro modo é inconstitucional. Outro ponto!

Então, vou passar a responder…

Vamos ver o que diz uma das leis mais incríveis do MUNDO – das que tratam dos Direitos e Obrigações das Crianças e Adolescentes: a Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Desde logo, vamos ver como o ECA define “criança” ou “adolescente”:

“Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”.

Esta definição por tempo de vida foi a escolhida pelo legislador constituinte brasileiro. Há outros critérios e/ou parâmetros em outros Países, mas, a nossa é esta. Ponto até que se mude!

Agora, diretamente ao cerne…

“Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.”

§1º – É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.” (ECA)

O STF, ao julgar as, famosas, ADIs 6586 e 6587 e o RE 1267879 disse, em apertada síntese, o seguinte acerca da obrigatoriedade dos pais em vacinar os filhos menores (criança ou adolescente):

a) A vacina tem que estar registrada na ANVISA; e

b) Se a vacina estiver no Plano Nacional de Imunização – PNI; ou

c) Se a sua aplicação obrigatória constar em lei;

d) Ou constar de determinação pela União, Estado ou Município.

Um parêntese que reputo importante: O STF decidiu sobre a obrigatoriedade da vacinação e não sobre vacinação forçada, que é aquela em que se vai no menor de idade e o leva por meio de uma “busca e apreensão de menor”.

Não vou adentrar as previsões legais e as possibilidades de atuação estatal quando o menor de idade está em “situação de risco”, “sob descumprimentos das obrigações do Poder Familiar”, “medidas protetivas” etc, pois tudo isto, e mais um monte de coisas, são previstos no ECA e é um poder/dever de aplicação em defesa do menor de idade que está sofrendo a negação e manutenção, mesmo que em tese, de um Direito Fundamental: A VIDA.

O Ministro Queiroga sabe que o STF condicionou a obrigatoriedade dos pais ou responsáveis de um menor de idade em o vacinar desde que o imunizante esteja registrado “… em órgão de vigilância sanitária…” e que tal requisito, digamos assim, suscita certa dúvida – na cabeça dele.

A procrastinação do Ministro Queiroga em determinar a inclusão no PNI indica isto.

Mas, nesse jogo, o Queiroga vai perder!

Aqui, chamo a atenção ao Prefeito @EdmilsonPSOL e ao Secretário Municipal de Saúde de Belém, Dr. Maurício Cezar Soares Bezerra…

É que o STF, ao decidir usou uma conjunção coordenativa alternativa, o OU!

Ou seja, a escolha entre dois ou mais fatos/atos que se realizam de forma independente, conforme aprendi com os Professores Romeu, João Carlos Pereira e com a Mestra Celeste Proença, de saudosas memórias.

Bem, vou transcrever, letra por letra, o que definiu, constitucionalmente, o STF:

STF – tema 1.103 da repercussão geral – VACINAÇÃO DE CRIANÇAS

“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, Estado, Distrito Federal ou Município, com base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar”.

Considerando que, no Brasil, a ANVISA (Lei nº 9.782//1999) é a Autoridade de Registro de vacinas no Brasil (Arts. 6º; 7º, IX, XIX; 8º, §1º, I) e, considerando o que decidiu o STF, apostou errado o Ministro Queiroga.

Observem que a ANVISA já registrou a vacina da Pfizer há tempos.

Observem que, agora, ela apenas autorizou o seu uso, com algumas modificações, em seres humanos com idade entre 5 anos e 11 anos.

Observem que é um erro – ou por falta de conhecimento ou conveniência – dizer que a ANVISA “autorizou a vacinação em crianças, de um modo geral”, pois, é criança, como já vimos, de zero até 12 anos e, efetivamente, a Agência não autorizou vacinar pessoas abaixo de 5 anos.

Assim, podemos dizer que a ANVISA, apenas, complementou autorização dada e definiu alguns requisitos:

a) Dosagem e composição;

b) 2 doses de de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas), com pelo menos 21 dias de intervalo entre elas;

c) Tampa do frasco na cor laranja.

d) Conservação por 10 semanas em temperatura de 2ºC a 8ºC.

Considerando ou não ser um “novo Registro” este último ato administrativo da ANVISA, realizado na quinta-feira (16/12), o certo é que a aplicação da vacina da Pfizer em pessoas com idade entre 5 anos e 11 anos, já pode ser realizada, com determinação de obrigatoriedade, inclusive, pelos Municípios e sem a necessidade de “autorização” pelo Ministério da Saúde”, basta, para tanto, estar lastreado em parecer proveniente de consenso médico.

Lafayette Nunes

Advogado

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JÁ VÔO

Já me vou
Não sei quando
Mas, já me vôo

Queria ter ido mais
Mas, já não irei
Mais, não me vou

Já vou, indo
Mas, vôo já
Já não posso voltar

Volta, pois já sou vôo
Veja, já sou pouso

Ver
Voar
Voltar
Pousar

Que mais somos
Se não
Partidas e chegadas
Voos e pousadas
De nós mesmos

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DIPLOMATA 4.1

Quando tinha uns 16 anos, quis ser Embaixador. Falei pros velhos.

Papai era amigo de um militar de alta patente, que era o chefe da “não sei o que de limites e fronteiras”, algo do Itamaraty e que funcionava (funciona ainda?), ali na Gov. José Malcher, perto do Palacete Bolonha).

Fomos lá. O senhor me explicou qual seria a estratégia, os dias e horário que iria lá, estudar/conversar (sim, conversar sobre alguns atos e fatos ocorridos que envolveram decisões de relações internacionais entre nações – um dos pontos mais importantes nas provas do Rio Branco), francês e inglês, muita geopolítica (que não entendia nada), muita História Universal. Muito tudo.

Ia às segundas e quartas, das 15hs às 16hs, uma hora antes dos meus treinos de vôlei, no Filho da Glória e do Triunfo.

Passei um ano nisso. Era previsto 5 anos para comecar a ter condições. Não deu. Era muito pesado e estava me atrapalhando no meu jeito surf/rock de ser. rsrsrs

Sério. A pessoa tem que ser, ou um gênio, ou um gênio.

Mas, depois, descobri que tem, como se vê, o Diplomamata.

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DÉCIMAS

Tem correria
Essa vida que teima voar
É trabalho, é celular
Sangria
É a lida. É dia. É dia-a-dia
Mas, meu amor, por ti, sou
És por mim. E a mim, o amor doou
Receba esta décima, com todo amor, como Suassuna nos ensinou.

*Para a Aluísia.

Recebo tua “décima” com todo amor e emoção
Sou por ti, e a ti, o amor doei
És por mim amor, o amor que conquistei
A vida corre e como corre, cabendo a nós a imaginação
Em vivê-la, plenamente, com amor e dedicação
Que me perdoe Suassuna, o meu mal aprendizado
Por tentar aqui em décima declarar ao meu amado
Como sou feliz contigo
Por te ter como marido
Meu eterno namorado.

  • Para Lafayette

Aluísia,

Suassuna quem dera ler
Tais décimas de amor
Pois saberia o seu valor
Saberia ver
Que para se ter
Inspiração
Basta olhar para o coração
Que habita
Toda beleza infinita
Da nossa imaginação

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Mãe

Mãe, você não sabe o que aconteceu

Mãe, você não queira saber

Mãe, você dormiu por muito tempo

Mãe, você não chorou

Mãe, você partiu em tempo

Mãe, você não iria gostar de ver o aconteceu

Mãe, o mundo capotou neste último ano

Mãe, muitos estão com medo

Mãe, o seu beijo me falta

Mãe, o desequilíbrio está por perto

Mãe, sei que o precipício é bem ali

Mãe, você nunca faltou na minha mente

Parece que tudo mudou para ficar igual

Nada é mais do que parecia que seria

Nunca esquecerei de te ver ali

Mãe, você continua me salvando

Vai ser sempre assim

Nada mudou para ficar igual

Prometo não esquecer da maciez dos teus lábios

Da quentura dos teus abraços

Do teu sorriso de mulher

Da tua força de encarar

O teu amor da vida

Mãe, segue me guiando daí

Do teu amor, Lafayette

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O CONSELHO DO PROFESSOR REINALDO

Um dos meus causos com o Professor Reinaldo e um dos conselhos que mudou meu rumo.

Era o Colégio Moderno, 88 ou 89, não lembro. Ele, coordenador do Convênio. Eu, aluno perturbado, “pero no mucho”.

Queria ser Biólogo Geneticista – fruto de um livro que o Dr. Bellesi tinha me dado – fazia, então Ciências Biológicas, o temido CB, com sua Química e Biologia pesadas.

Nunca fui de estudar mais do que o suficiente para não reprovar. Em testes ou provas, fazia o mais rápido possível – até porque o volei ou o futsal já estava rolando, lá em baixo, na quadra de cimento.

A este “método” o Professor Meirelles, de Matemática, chamava de “Calango Suicida” que é, por sua vez, outra história.

Bem.

Caí na temida “recuperação”, em Português e Espanhol. Precisava tirar 3,5 em Português e 9 em Espanhol. Inverti: tirei 9 em Português. 3 em Espanhol. Reprovei.

Sim, reprovei no CB, mesmo passando direto em Química e fazendo Estequiometria de cabeça, quase sem precisar usar o borrão (quem lembra ou sabe o que é isto, deve sacar a sinuca que me meti).

Um Deus-nos-acuda, pois os professores de Química e Biologia, e os demais, sabiam que passaria no Vestibular da UFPA.

Aí entra o Professor Reinaldo.

Ele me chamou de lado e disse:

-Lafa, tem um jeito. Vou chamar o fulano (o professo de Espanhol que não merece ser citado, aqui), mais a Isaura e a Guilhermina que te adoram – elas eram coordenadoras respeitadas no Moderno – e tu, todos lá na minha sala.

Não lembro ao certo, mas, parece que naquela época, o Professor poderia atrasar o envio ao MEC ou esperar o aluno fazer o Vestibular e, passando, aprová-lo ou ministrar nova prova, era algo assim.

O fulano disse: NÃO! Um não seco e de nada adiantaram os argumentos do Reinaldo, Isaura e Guilhermina.

Tudo dependia dele, disse-me o Reinaldo, puto com o fulano, que já havia saído da sala.

Engoli seco e resmunguei, saindo também: -Se pegar ele lá fora, vou comer na porrada.

Dei uns dois passos e o Professor Reinaldo gritou:

-Volta aqui!

Continuei.

Ele repetiu:

-Volta aqui, porra!

Não sei se ele manteve esta característica, mas, quem o conheceu naquela época sabe que o Reinaldo tinha uma forma de olhar, quando queria, que atravessava a gente.

Ele tinha os olhos claros, abaixava um pouco a cabeça, descia as sobrancelhas e te mirava. Nooossa, você poderia ser o aluno mais desguiado, na hora, tratava de se guiar.

-Entra aqui e senta! Sentei.

E disse, mais ou menos assim, dando-me uma senhora mijada, como se dizia antigamente (ainda se diz?):

-Olha aqui, Lafayette, tu não és um perdido, não és vagabundo, não és sem pai e nem mãe, tens uma família ótima, és atleta de seleção do colégio, do Remo e do Pará, então, porra, está na hora de parares com essas tuas besteiras. Tens 17 e logo vais fazer 18 anos, tens a chance de poucos de estudar, aproveita. Agora, levanta e só quero te ver aqui ano que vem!

E me deu um abraço, que naquela época não era coisa que fazia – quando muito, batia uns tapinhas no nosso ombro.

No outro ano, tomei rumo.

Valeu Professor Reinaldo, vá em paz, juntamente com a sua senhôra, ao descanso eterno!

Ps.: Passados anos, décadas, acho, encontro com ele na fila do caixa do Líder. Abraços e tal, ele vira para a caixa e diz:

-Quem diria, foi meu aluno.

E, apontando para os cabelos “louros”, disse:

-Aqui embaixo, há muitos cabelos brancos dele. E rimos, todos, até a caixa.

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AO MESTRE ZENO, COM AMOR

Um dos meus causos, de tantos, com o Mestre Zeno.

Antes, é preciso dizer que o Zeno Veloso era amigo do meu pai, do meu tio Anfrísio e do Tojal, amigos de todos. Um quarteto inacreditável!

Tinha saído do escritório de advocacia ALUÍSIO MEIRA, sogro e meu pai jurídico.

Depois de três anos bons e de grandes ensinamentos, resolvi sair.

Liso que nem mussum, fiquei uns meses procurando uma sala que desse no meu rendimento, que era nenhum.

Encontrei.

Na verdade não era uma sala, era a recepção de um consultório de dentista. Ele havia demitido a recepcionista e resolveu alugar o espaço.

Como não tinha como pagar o aluguel, pelo menos no começo, troquei por ser o recepcionista e o cobrador de pacientes que o devia, em um jogo de empate.

Era ali na Diogo Móia.

Uns clientes apareceram, poucos. Uns davam calotes, outros, só me pagariam se ganhassem a ação.

Passados uns meses, já entrando em desespero, querendo largar a advocacia e me empregar em qualquer coisa para receber um salário mensal garantido, toca o telefone.

Não, mas, antes tenho que contar algo.

Acho que no 2° mês que havia saído do escritório do Dr. Aluisio, fui lá falar com a Aluísia, minha esposa, que ainda fica na 13 de Maio, mesmo quarteirão do, antigo, Cartório Chermont, capitaneado pelo Mestre Zeno.

Zeno era, além de amigo do Dr. Aluisio, cliente.

Quando já ia saindo do edifício, depois de falar com a Aluísia, escuto: Ei, Lafayette! Ei, Lafayette!

Era o Nonato, fiel escudeiro do Zeno.

É que o Zeno tinha me visto, de longe, chegando e entrando no edifício do escritório e mandou o Nonato ficar de plantão no térreo:

-Assim que ele descer, leve-o para falar comigo.

Assim foi e assim fui.

O Zeno atendia em uma sala grande, cheia de detalhes, de coisas interessantes, estatuetas, livros históricos e tal.

Já me falou, não, gritou:

-Tens merda na cabeça, Lafayette? Poooourra! (Zeno dizia um “porra” característico).

Sentei, rindo e perguntando:

-O que foi, Mestre?

-Fui lá no Aluisio e soube que não trabalhas mais lá.

Continuou…

-Foi briga?

-Não. Amigavelmente.

-Foi dinheiro?

-Não.

-Foi porque quisestes?

-Foi!

-Não falei? Tens merda na cabeça. O escritório do Aluísio é um dos melhores, lá vais crescer juridicamente, aprender, acabastes de te formar etc.

Bem, expliquei os meus motivos, conversamos outras coisas e saí.

Lá no meu escritório/recepção fiz uma estratégia: Imprimi numas folhas A4, cortei em forma de cartões, com o meu nome, telefone e endereço e, saí espalhando.

Deixava, como se tivesse esquecido, um monte no banco do taxi. Entregava para quem aparecesse.

Tocou o telefone. Atendi:

-Alô, escritorio Lafayette Nunes Advocacia.

-Alô, Dr. Lafayette? Indicaram o senhor.

-Pois não.

-É o seguinte, tenho uns imóveis, umas salas e uns inquilinos não estão me pagando. O senhor cobra?

-Sim, cobro, extra ou judicialmente.

-Não, nada de Judicial. Comigo é na porrada, tenho uns bate-paus, o senhor vai com eles e arranca dinheiro, carro, geladeira, qualquer coisa que pague os alugueis atrasados.

-Senhor, sou advogado e não leão-de-chacará. Primeiro, mando um carta-convite para o devedor comparecer ao escritório, digo da vantagem de fazer um acordo…

Quando ia continuar:

-Ora, vai se danar, Lafayette, é o Zeno, poooourra, te conheço de família, sei que não és advogado ralé. Estou te ligando para te convidar a ser meu assessor jurídico lá na Secretaria de Justiça.

O PROCON é uma Diretoria da Secretaria e quero que me assessores nisto. Vais arrumar a casa lá, ajudando a Diretora que é minha amiga.

E assim foi por mais de ano, salvo engano.

Tendo a sorte de pegar aula de graça, ou melhor, até sendo pago, diariamente, de um grande Mestre do mundo jurídico.

Valeu, Mestre Zeno!

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DR. DAGOBERTO SINIMBÚ

Hoje fiquei sabendo que o Dr. Dagoberto Sinimbú morreu.

Grande dentista – odontólogo é para os demais, os comuns, os fasts-foods. Dr. Sinimbu era Dentista, assim, Dezão, grandão (permite, Lumena?). Um Dentista como antigamente, em que toda família tinha um padre/pastor, um médico, um carteiro, um leiturista da CELPA, uma mãe-pai-de-Santo e um dentista para chamar de seu.

Quando tinha uns 11 anos de idade, brincando de irritar o André, meu irmão, joguei uma chinela nele, pegando por trás do jornal que lia (sim, o André lia jornais aos 15, 16 anos). Ele, claro, correu para me dar porrada.

Fugi pelo apartamento, sai para o corredor pela cozinha. Ele atrás. Entrei pela porta da sala (naquele tempo, podia-se deixar abertas as portas). Ele atrás. Parei na “boca do corredor” dos quartos. Ele parou na entrada. Quando deu o passo, virei e “errei” o corredor, dando de boca na quina. Ui!

Quebrei dois dentes da frente. Raízes expostas.

Correria. Os velhos me levaram logo para um craque. Outro Dentista com Dezão (licença, Lumena): Dr. João Carlos Flexa Ribeiro, que, rapidamente, tirou a dor, fez os canais e, ainda, mandou me darem um picolé para chupar. Saímos do consultório dele, que ficava ali na Ó de Almeida e fomos para a TIP TOP (como me lembro disso? Meu irmão Fernando diz que tenho uma memória boa ou invento histórias bem antigas, para ninguém conseguir desmentir).

Uns dias depois, mamãe me levou para o Dr. Dagoberto Sinimbú. Seu consultório ficava ali na Tiradentes, com a Piedade.

Eu andava sem dois dentes da frente. Perturbado, como só Shakespeare disse, não me importava. Quem me conhece desde aquela época sabe disso. Andava, de boa, sem os dois dentes da frente.

Mas, Dr. Dagoberto, não. Experiente, sabia que isto poderia me trazer trauma futuro e tratou logo de por dois provisórios e, depois, com uma técnica e tecnologia avançadas para época, os “definitivos” que, para mim, de definitivos não tinham nada, já que, contrariando as suas recomendações, não deixava de comer maçãs, chupar caroço de manga, quebrar pata de caranguejo e, até mesmo, imaginem, abrir tampa de refrigerante com os dentes.

Ele ficava indignado quando, sei lá, já com 16 anos de idade, caia uma ou as duas coroas ou, até mesmo com o pino de ouro inteiro e demorava 1 mês para ir corrigir. Ele dizia: Como é que vais arrumar namorada assim, Lafayette! Respondia-lhe: Não arrumo, até porque a minha feiura nem precisa dessa ajuda! Ríamos.

Fiquei craque! Várias vezes ia lá, ele me dava uma cumbuquinha de borracha, uma espátula, uma bisnaga ou um vidrinho com um pó de cimento especial, um catalisador e acho que ia água. Ficava misturando tudo, até ficar uma massa com uma consistência tal – era só testar com um daqueles ferrinhos terríveis de dentista e sentir a viscosidade – ele, sentado mesmo, com algum outro paciente na cadeira – que uma hora dessas já tinha ouvido dele umas das milhares de histórias minhas com essa saga dos meus dentes caindo e rindo – e eu de pé, colava. Eu ficava pressionando com o dedão o dente e testando com o indicador a dureza. Quando pronto. Pegava um dos tais ferrinhos, tirava cuidadosamente o material que tinha transbordado pela borda e ia feliz de volta à vida.

Dr. Dagoberto, também ficou cuidando dos outros dentes. E, também, com maestria e paciência.

Tenho apenas um problema com Dentista: O uso, sempre, de anestesia!

Sim, para mim, anestesiar é fundamental. O Dr. Adriano Horta que o diga. Adoro tanto aquela seringa que, antigamente, tinha um chaveiro de metal com uma em miniatura.

Meu problema com dentista não é a dor da broca, mas, a espera, a expectativa de sentir a dor.

E pior.

Quando você passa 1 hora, ali, deitado, boca aberta, barulhinho e “cheiro de consultório dentário” e a dor não vem. Nooosa, isto me acaba mentalmente. A dor que não veio e maior que a dor da picada da anestesia.

Portanto, para mim, é fundamental, antes de qualquer coisa, anestesiar.

E assim foi, até, por algum motivo e circunstância, fui encher o saco de outro dentista.

Vá em paz, Dr. Sininbú, que a missão por aqui foi cumprida com louvor, pois, tratar as pessoas sem lhes provocar dores desnecessárias é algo memorável!

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BELÉM LIBERTA

Partido, meu coração ficou dilacerado.
Pelas mãos de maldizeres,
Ditos por quem
Que só me quer bem, diz.

Socialismo é divisão
De meus bens e meus amores.
Igualdades de uma sociedade
Injusta por quem diz
Me querer bem, sou Belém.

Liberdade que chegou
E vai ficar.
E vai fincar
Suas raízes cabanas
Nas entranhas de mim, de vez!

Pelo Sol seguirei!

Feliz aniversário, Belém de Nazaré!

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UM TEMPO

Lembra-me de um tempo
Os sonhos, correndo
A realidade, lembrança
A vida, esperança
Nada mais que uma
Lembrança de criança

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O SOCIAL MEDIANO

(escrito em 15 de agosto de 2017)

Esse negócio de “social média x dono do estabelecimento” é algo interessante…

Lá no TERRA DO MEIO os “sociais médias” sou eu e o papai. A gente não fez curso, não entende muito dessas expressões modernas…

Tem uma legal (a gente diz que é legal para parecer ser prafrentex): Hostess.

É tipo uma pessoa que recebe e atende os clientes, resolve as questões e tal.

Lá no TERRA a gente já identificou quem é o Hostess: É o papai.

Quando estou por lá, viro isto também.

Lá no TERRA tem quem reclame. Tem quem elogie. Tem quem nem isto, nem aquilo.

Quando a pessoa reclama, a gente concorda e reclama junto, inclusive.

Quando a pessoa elogia, a gente fica corado e orgulhoso da galera.

A gente pensa assim: Elogio: a gente gosta, mas se segura para não ficar pávulo. Crítica: a gente não gosta, mas tenta analisar e rever ou reforçar procedimentos, conversar, explicar.

Mas, certa vez, em um site importante de turismo, um site mundial, inclusive, uma pessoa reclamou que o lago do TERRA tinha plantas aquáticas e muitos peixes… ah, e umas lagartas e umas tartarugas. Um horror!

Cocei-me todo e respondi (hoje, fiquei sabendo que não pode. Isto é coisa para o “social média” profissional).

Disse, mais ou menos, assim:

“Minha senhora, obrigado pelos elogios (ela tinha elogiado a comida e as atendentes), mas fiquei encucado com as críticas sobre a natureza. É um restaurante, ok, mas, ele é rural e fica na Amazônia, chão de terra, malocas de palha, panelas de barro, olho d’água, assim, não sei como resolver esta parte dos peixes, das plantas e das tartarugas.

Quanto as lagartixas, elas aparecem vez em quando, mas, se a gente tiver um pouco de paciência, elas viram borboletas”.

A gente sabe nem tudo são flores e que levar um empreendimento nas costas e ainda do tipo que atende ao público, não é nada fácil, mas, vamos ter mais paciência e ouvir uns aos outros?

É fácil, basta estar disposto para tanto.

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DA BOA

(escrito em 29 de julho de 2015)

Imagine uma conversa entre Jesus e o Mardoqueu:

-Quem é mais do que eu, Mardoqueu? Pergunta Jesus.
-Mais do que tu, eu, Mardoqueu, sou mais eu que tu. Responde Mardoqueu.
-Mais do que eu, tu, Mardoqueu, tu não és, pois tu não sou eu. Se tu fosse eu, Mardoqueu, eu seria tu mas não seria mais que eu sendo tu.

Ps: A maconha era boa, naquela época.

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56 MOTIVOS

(escrito em 24 de julho de 2018)

56 motivos para os apoiadores passarem vergonha perante seus amigos e parentes, justificando seus votos no Bolsonaro:

  1. “O erro da ditadura foi torturar e não matar.” (Jair Bolsonaro, em discussão com manifestantes)
  2. “Pinochet devia ter matado mais gente.” (Bolsonaro sobre a ditadura chilena de Augusto Pinochet. Disponível na revista Veja, edição 1575, de 2 de Dezembro de 1998 – Página 39)
  3. “Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí.” (Jair Bolsonaro em entrevista sobre homossexualidade na revista Playboy)
  4. “Não te estupro porque você não merece.” (Jair Messias Bolsonaro, para a deputada federal Maria do Rosário)
  5. “Eu não corro esse risco, meus filhos foram muito bem educados” (Bolsonaro para Preta Gil, sobre o que faria se seus filhos se relacionassem com uma mulher negra ou com homossexuais)
  6. “A PM devia ter matado 1.000 e não 111 presos.” (Bolsonaro, sobre o Massacre do Carandiru)
  7. “Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater.” (Afirmação de Jair Bolsonaro após caçoar de FHC sobre este segurar uma bandeira com as cores do arco-íris)
  8. “Você é uma idiota. Você é uma analfabeta. Está censurada!”. (Declaração irritada de Jair Bolsonaro ao ser entrevistado pela repórter Manuela Borges, da Rede TV. A jornalista decidiu processar o deputado após os ataques)
  9. “Parlamentar não deve andar de ônibus”. (Declaração publicada pelo jornal O Dia em 2013)
  10. “Mulher deve ganhar salário menor porque engravida” (Bolsonaro justificou a frase: “quando ela voltar [da licença-maternidade], vai ter mais um mês de férias, ou seja, trabalhou cinco meses em um ano”)
  11. “Não, eu entendo muito pouco de economia. (…) eu ainda não desperto confiança no sistema financeiro, tendo em vista o meu comportamento. mas (…) tenho certeza que esse pessoal devagar vai cerrar pra cima de mim” (Bolsonaro, ao responder pergunta se entendia de economia, no programa do Danilo Gentili)
  12. “Mas você já tem um princípio de plano? -Isso ninguém tem, né? (idem)
  13. “Então me explica, por que alguém deve votar em Bolsonaro para presidente?”
    -Eu sou uma pessoa autêntica. as minhas propostas podem ser até pior (sic), mas são completamente diferente. (idem)
  14. “Eu sempre vejo você elogiando um lado bom na ditadura. mas não foram os militares que ajudaram o Estado brasileiro a ficar tão inchado?”
    -Era outra época. (…) naquela época a mulher não ia de biquíni pra praia.
  15. “O que garante que você não irá copiar alguns modelos do regime militar que você elogia?”
    -Na educação vai ser convidado um general que já tenha um comando de colégio militar.
  16. “Você tem muitos opositores, talvez uns 80, 90% de Brasília é opositor seu. se você for presidente, como é possível governar com tanta oposição?”
    -Nós vamos ter mais gente de direita no parlamento. (…) e eu acho que economia vai estar tão debilitada até lá (…) que teremos que partir do zero.
  17. “Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher” (Bolsonaro, em palestra na Hebraica, São Paulo)
  18. “O pessoal aí embaixo (jovens de movimentos juvenis, torturados da ditadura militar, ativistas dos direitos humanos), eu chamo de cérebro de ovo cozido. Não adianta botar a galinha, que não vai sair pinto nenhum. Não sai nada daquele pessoal.” (idem)
  19. “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Nem pra procriador ele serve mais” (idem)
  20. “Alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Não, porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual a essa raça que tá aí embaixo, ou como uma minoria que tá ruminando aqui do lado” (idem)
  21. “Pedi prum assessor meu dar um pulo ali no bar, comprar um sanduíche de mortadela que eu vou jogar pela janela.” (idem)
  22. “Se eu chegar lá não vai ter dinheiro pra ONG. Esses vagabundos vão ter que trabalhar. Pode ter certeza que se eu chegar lá (Presidência), no que depender de mim, todo mundo terá uma arma de fogo em casa, não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola.” (idem)
  23. “Tínhamos na presidência um energúmeno que são sabia contar até 10 porque não tinha um dedo” (idem)
  24. “Se um idiota num debate comigo falar sobre misoginia, homofobia, racismo, baitolismo, eu não vou responder sobre isso” (idem)
  25. “Eu não tenho nada a ver com homossexual. Se bigodudo quer dormir com careca, vai ser feliz.” (idem)
  26. “Índio não fala nossa língua, não tem dinheiro, é um pobre coitado, tem que ser integrado à sociedade, não criado em zoológicos milionários”. ” (Bolsonaro, na sede do Comando- Geral da Polícia Militar, em Campo Grande (MS), onde foi homenageado com a Medalha Tiradentes)
  27. “Está matando” economicamente o Estado. “Lá tem nióbio, que é tão ou mais importante do que o petróleo, e demarcaram, estão matando o Estado de Roraima, estão acabando com Dourados, aqui em Mato Grosso do Sul” (Sobre a demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol)
  28. “Não estão defendendo o índio, estão defendendo terra rica e acabando com a diversidade para que o primeiro mundo, pressionando, torne dependente estas áreas e as explore”, “Tem índio yanomami falando inglês melhor do que professor” (idem)
  29. “Gostaria de saber qual seria a sua reação se alguém de sua família decidisse abertamente pela homossexualidade.” Pio Barbosa Neto, CE
    -Seria problema dele. Se essa fosse sua opção para ser feliz não estaria (nem poderia) ser proibido por mim mas, certamente, não iria me convencer a frequentar minha casa (Bolsonaro, respondendo leitores da revista Época, em 02/07/2011)
  30. “Qual o limite entre a liberdade de expressão e a ofensa à dignidade daqueles que não se enquadram na sua concepção, como os homossexuais?”
    Alexsandre Victor Leite Peixoto, AL
    -Minha luta vitoriosa no Congresso foi contra a distribuição do kit gay nas escolas do 1º grau. Não podia me omitir diante do material que estimulava nossos meninos e meninas a ser homossexuais. E deviam se orgulhar dessa condição. No mais, tudo é demagogia, pois certamente não acredito que nenhum pai possa se orgulhar de ter um filho gay. Homossexualismo é comportamento (idem)
  31. “Se você estivesse precisando de uma transfusão de sangue e o único sangue doado fosse de um homossexual, aceitaria a transfusão?” Matheus Nunes, RJ
    -O risco de ser contaminado com o sangue de homossexual é 17 vezes maior do que com o de heterossexual. Duvido que alguém aceite sangue doado por homossexual sabendo desse risco. Cuidar da minha saúde é diferente de ser preconceituoso (idem)
  32. “O que o senhor acha sobre a possibilidade de adoção de crianças por pais homossexuais?” Daniel Tonatto, RS
    -Somos produtos do meio. Uma inocente criança adotada por pais (?) homossexuais certamente será influenciada e possivelmente seguirá o exemplo dos mesmos. Em vez de aceitar a mentira de que é melhor uma criança ser adotada por casal homossexual, prefiro uma séria política de paternidade responsável.
  33. “O senhor não acha que estão querendo acirrar ainda mais a homofobia, tratando os homossexuais com diferenciação?” Luiz Curvelo, RJ
    -O PLC 122 que está para ser votado no Senado visa, por exemplo, a condenar de 2 a 5 anos uma pessoa que se negue a vender sua bicicleta a um homossexual. Se aprovado, fará com que um homicida cumpra menos anos de prisão do que quem chame alguém de gay ou bicha (idem)
  34. “Se o PL122/06 fosse aprovado, intimidaria os assassinos de homossexuais. Qual seria a ação que o Legislativo deveria tomar para garantir os direitos da população LGBT?” Camilo Oliveira, RJ
    -A maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em áreas de prostituição e de consumo de drogas, inclusive em horários em que o cidadão de bem já está dormindo. O PLC 122, na prática, criará uma categoria de vítimas privilegiadas, ou seja, com proteção especial em virtude de sua opção sexual. Assassinar um heterossexual é menos grave que matar um homossexual. Hoje, por exemplo, mais de 10 esposas/companheiras são assassinadas por dia. O que intimidaria a prática de qualquer crime seria a certeza de punição rápida e justa, sendo a pena cumprida em sua totalidade sem qualquer regalia e com trabalhos, ainda que forçados, que pagassem o sustento do preso (idem)
  35. “O senhor diz que bateria no seu filho, caso ele fosse efeminado. Frases desse tipo não são, na verdade, uma tentativa de aparecer na mídia e, assim, se eleger novamente?” Flávia de Oliveira, SP
    -Quando se perde o argumento me acusam de estar à procura de votos. Se posso mudar o comportamento de um filho agressivo ou desrespeitoso por que não poderia mudar o efeminado com a mesma atitude? Homossexualismo, como regra, é comportamento e não genética (idem)
  36. “O senhor acha que um deputado federal precisa ser desprendido de preconceitos para avaliar com mais imparcialidade as leis?” Suzan Vitorino, PE
    -O Congresso é formado por pessoas de todas as vertentes da sociedade e cada parlamentar tem o dever de defender as ideias que o seu eleitorado lhe confia. Se lutar para impedir a distribuição do kit-gay nas escolas de ensino fundamental com a intenção de estimular o homossexualismo, em verdadeira afronta à família é ser preconceituoso, então sou preconceituoso, com muito orgulho (idem)
  37. “O Estado por lei deve ser laico. Você não acha errado, como deputado, usar argumentos religiosos para reforçar sua crítica contra homossexuais?” Diego da Cunha, RJ
    -O Estado é laico, mas seu povo não. Somente católicos e evangélicos somam mais de 90% de brasileiros. A religião é fator de união dos povos e não pode ser desassociada da família, dos bons costumes e da moralidade (idem)
  38. “Qual a sua opinião sobre a legalização da maconha?” Carlos Magno, RJ
    -Entendo que a “Marcha da Maconha” faz apologia ao consumo da maconha, porta de entrada para as drogas pesadas. Estudos sérios indicam que o uso da maconha causa grandes malefícios aos seus usuários, particularmente aos mais jovens e, por esse motivo, sou contra a legalização (idem)
  39. “Qual a opinião do senhor sobre a democracia?” Paulo Azevedo, RJ
    -Vivemos um período de pleno emprego, segurança, liberdade e respeito entre 1964 e 1985. Se houver uma pesquisa entre pessoas com idade superior a 60 anos tenho certeza de que a quase totalidade concordará com essa afirmação. Hoje temos medo de ir à escola, pois corremos o risco de sermos assaltados ou assassinados, mesmo durante o dia. Nossa “democracia” é governada por “líderes” que idolatram “democratas” como Fidel Castro, Hugo Chávez, Ahmadinejad e Khadafi (idem)
  40. “Várias vezes o senhor comentou em entrevistas que era a favor de uma possível volta do governo ditatorial no Brasil. Por quê?” Rafael Lima de Oliveira, CE
    -É mentira que o regime militar foi uma ditadura. Foi uma necessidade para aquele momento, e a adoção do regime foi motivada por anseios de todos os segmentos da sociedade, incluindo a mídia em geral e a igreja. Essa afirmativa pode ser comprovada com a leitura de jornais e revistas da época. Há 25 anos os militares são vilipendiados diuturnamente, inclusive acusados de torturadores, e as Forças Armadas permanecem como uma das instituições mais confiáveis do país, o que induz ao entendimento de que fizeram um bom governo. (idem)

41.”Se o senhor se diz partidário da família, dos bons costumes e dos cristãos, por que ser defensor da ditadura?” Raquel Pereira de Medeiro, SP
-É uma grande mentira atribuir o adjetivo de ditadura ao regime implantado no Brasil, no período de 1964 a 1985. Ditadura, à época, existia em Cuba e perdura até os dias atuais, onde os integrantes da cúpula do nosso governo vão passar férias e idolatram Fidel Castro. O que os militares fizeram naquele momento foi evitar a implantação da ditadura do proletariado que, certamente, estaria perdurando até os dias atuais, a exemplo de Cuba. (idem)

  1. “Em qual aspecto o senhor sente mais falta do regime militar?” Darlan Westphal Bittencourt da Cunha, SC
    -Do respeito às autoridades, aos professores, do pleno emprego, da segurança e da seriedade como se tratava a coisa pública. Não há notícia de um só oficial-general, coronel, capitão ou sargento que tenha enriquecido. Essa foi a principal causa do Brasil ter passado da 49ª para a 8ª economia mundial, os militares não eram corruptos. (idem)
  2. “A Comissão da Verdade seria revanchismo?” Jonhatan Amaral, CE
    -Partindo do princípio de que todos os integrantes serão indicados pela presidente da República, não se pode esperar imparcialidade do que for relatado. O que se pretende é elaborar relatórios mentirosos, endeusando os petistas e demais adeptos da esquerda e satanizando os militares para que conste em livros didáticos uma nova história escrita de forma unilateral e mentirosa. Assim, fica claro que é um ato revanchista. (idem)
  3. “O senhor por algum motivo tem medo da divulgação dos documentos da época da ditadura militar?” Claudecir Soares Barboza, PR
    -Quem tem que ter medo é o pessoal da esquerda, pois tais documentos podem comprovar os recursos vindos por intermédio de Cuba para financiar a luta armada no Brasil. Fidel Castro deveria ter uma estátua, do tamanho do Cristo Redentor, como símbolo da democracia petista. Ditadura vivemos, sim, hoje em dia, em que o governo impede a criação de qualquer CPI e fecha o Congresso com medidas provisórias. (idem)
  4. “Durante o regime militar foi introduzida a disciplina escolar “Moral e Cívica”. O senhor acredita que ela deveria retornar ao currículo dos alunos da rede pública?” Lucas Felizardo, RS
    -Além da disciplina “Moral e Cívica”, cantava-se o Hino Nacional com a mão no peito e levantava-se na entrada e saída do professor da sala de aula. Sem disciplina e educação séria não existe futuro promissor. Hoje tirou-se a autoridade do professor na sala de aula, adotam-se livros que ensinam a falar e fazer contas de formas erradas e ainda querem introduzir material didático para estimular nossos filhos a ser homossexuais. (idem)
  5. “Gostaria de saber se seria possível um golpe militar nos dias atuais. E, como ex-militar, se isso viesse a ocorrer, quais seriam as melhorias imediatas?” Adriano Barbosa de Souza, MG
    -Os militares não dão golpe. As Forças Armadas são instituições permanentes e, tradicionalmente, sempre atenderam os anseios do povo, já que desde suas criações são formadas por integrantes de todos os segmentos sociais. Assim foi em 1964. O povo, sim, é que deveria dar um “golpe” nos maus políticos que iludem a boa fé dos eleitores. Alguém tem alguma dúvida que programas assistencialistas, como o Bolsa Família, que acostuma o homem à ociosidade, são um obstáculo para que se escolha um bom presidente? Já dizia o saudoso Luiz Gonzaga: “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. (idem)
  6. “O que o senhor acha que seria preciso para a direita conservadora voltar a ter voz na mídia nacional?” Gabriel da Costa Neto Nunes, DF
    -A mídia, atualmente, depende basicamente de recursos governamentais. Assim, por necessidade, discrimina e sataniza os políticos de direita, já que o governo é de esquerda. (idem)
  7. “O senhor tem alguma pretensão de criar um partido realmente de direita, já que o seu próprio PP faz parte da bancada governista de esquerda?” Robson Tavares de Abreu, RJ
  • É muito trabalhoso e caro criar um novo partido, já que ele nasce sem horário para a propaganda na TV e no rádio. O PP, embora apoie o governo, não patrulha seus deputados, que têm liberdade de expressar suas opiniões e votos, como é o meu caso. (idem)
  1. “Qual a sua opinião quanto à criação do Partido Militar Brasileiro?” Roberto Lanius, SC
    -Creio que os militares, por suas limitações econômicas e políticas, encontrarão muitas dificuldades para manter um partido com essa denominação, pois faltarão argumentos para angariar votos de civis. O PMB é um partido natimorto até porque seu presidente, um capitão da PM de São Paulo, declarou que repudia o que denominou “golpe de 1964”. Gostaria de lhe perguntar se endeusa os que mataram o jovem tenente Alberto Mendes Júnior, no Vale do Ribeira, e se sua preferência é pelos militares das Forças Armadas ou pelo bando de Carlos Lamarca. (idem)
  2. “O senhor fala que é livre para votar em matérias sem obrigação do partido. Por que votou na MP que pode esconder as falcatruas nas licitações para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas?” Fernando Pedro da Silva, RJ
    -Foi um de meus raros votos com o partido. Só um idiota pode acreditar que qualquer obra possa ser realizada com gastos secretos. Pelo projeto, o TCU e o MP têm acesso a todas as fases da licitação. Após a concorrência, o governo abre o seu orçamento. Desde o fim do período militar, as falcatruas tornaram-se regra no Executivo. (idem)
  3. “Há reais intenções em desmilitarizar as polícias estaduais para caminhar em direção à unificação? O senhor é a favor do fim do alistamento obrigatório?” Wagner Pereira, SP
    -Na realidade há outras intenções por parte de quem defende essas ideias, tal como retirar o porte de arma de policiais e bombeiros militares fora do serviço. Há de se ressaltar que somente 5% dos alistados são aproveitados e a quase totalidade dos jovens que incorporam são voluntários. Os que serviram as Forças Armadas sempre lembram com muito orgulho seu passado de recruta. (idem)
  4. “O senhor acha necessário que exista algum controle de imigrantes que venham trabalhar no Brasil? A direita europeia está certa em restringir a imigração?” Toni Ricardo Eugênio dos Santos, SP
    -Sim. E mais, o Brasil não pode continuar crescendo à taxa de 3 milhões de habitantes por ano. Sem uma política de planejamento familiar fica inviável combater a miséria, a fome e a violência. Por outro lado, estrangeiros vêm ao Brasil pela falta de mão de obra especializada em nosso meio. (idem)
  5. “Gostaria de saber como anda o seu projeto em relação ao fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)” Felipe Azevedo, RJ
    -O lobby da OAB no Congresso é muito forte. Tal exame rende, anualmente, milhões de reais aos cofres da entidade. No período militar não existia tal exame e os alunos eram melhores formados que nos dias atuais, e não eram extorquidos pela OAB. (idem)
  6. “Por que o senhor é contra o exame da OAB? O senhor não acha que acirrará ainda mais o mercado de trabalho dos advogados?” Murilo Silva Lacerda, MG
    -É um absurdo que depois de, no mínimo, 5 anos de estudos e aprovação em uma faculdade autorizada a funcionar e fiscalizada pelo governo, um bacharel fique impedido de exercer sua profissão por exigência de uma entidade que se diz democrática. Discordo de que a liberação dos formandos acirrará ainda mais o mercado de trabalhos dos advogados. Em todas as demais profissões existem bons e maus profissionais e sempre que ocorre excesso de profissionais a lei de mercado faz com os jovens busquem alternativas. (idem)
  7. “Caso fosse eleito Presidente da República, quais seriam suas 3 prioridades?” Rubem B. Weber, PA
    -Obrigado pela lembrança e, se fosse o caso, conduziria o país de forma semelhante ao período entre 1964 a 1985, quando o professor era valorizado, o policial sentia orgulho de sua profissão, o Congresso tinha moral e o Judiciário era respeitado. (idem)
  8. “O senhor não acha que, se explanasse suas ideias de forma mais branda e sem partir para o lado pessoal, teria uma maior aceitação do público em geral?” Amanda Ferreira, DF
    -Sem contundência ninguém é ouvido. Temos excelentes deputados que expressam suas ideias de forma polida e por isso não encontram eco na mídia. (idem)
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2.000 AC

(escrito em 20 de julho de 2017)

Ontem…
Estava em um restaurante, Parauapebas.
Desses abertos, vão de entrada à vontade.
Entrou um rapaz, 20 anos, no máximo.
Vestido impecável. Vestido, não, uniforme.
Uniforme da Prossegur.
Calça, preta, com detalhes fluorescentes, bota brilhando, camisa amarela.
Alinhadíssimo.
Entrou e foi direto para uma mesa.
Nela, estavam duas senhoras, um senhor e duas crianças.
Pediu a benção da mãe, que, emocionada, disse: “Olha, meu filho, tá tão lindo”.
Pediu a benção do pai, que o olhou com olhos-de-pai e disse, firme: “Não vai te atrasar!”.
Pediu a benção da madrinha, esta, lágrimas em abundância.
A mãe, começou acompanhar a irmã, a madrinha.
O pai, pegando na mão da mulher, sentenciou: “Tá tudo bem”.
O afilhado pediu-lhe a benção.
A sobrinha disse “oi tio”.

Era seu primeiro dia empregado. Finalmente, ao que me pareceu.
Ia “pegar serviço” na portaria de entrada da Floresta Nacional de Carajás da VALE S/A.
Marcou com eles este almoço especial. Comida mineira.
Mãe, pai, madrinha e sobrinhos vestidos “para quinze anos”.

Fiquei ali. Olhando. Emocionado.

Por conta de meus estudos e profissão e criação, estou preocupado com os trabalhadores e trabalhadoras deste País. Os que são e os que ainda não são. Talvez, nunca serão.

Com o rumo que estamos tomando e, parvos, ficamos nos digladiando, quando deveríamos nos unir e lutar contra o desmonte dos Direitos Sociais, da cidadania “nova”, que começou a ser construída com o Iluminismo.

Aceleradamente, caminhamos para a “Cidadania Grega”. Mais de 2.000 anos AC, onde nem todos os indivíduos eram cidadãos, pois tal era fundada apenas nos Direitos Políticos e não nos Sociais.

Eram excluídos de cidadania: as mulheres, escravos, crianças, velhos, comerciantes, artesãos e estrangeiros.

É só adequarmos os termos ao tempo e conceitos, comparando com os pensamentos, as propostas e aprovações atuais, veremos que, ao contrário do que dizem, não estamos recuando 100, mas, 2.000 anos.

Como não pensar? Como não se preocupar?

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REFORMA PRA QUEM?

(escrito em 6 de julho de 2019)

Uma pausa nos afazeres, para descansar a mente:

Cá estava eu analisando uma Sentença, para ver se há motivos para recorrer da mesma.

Na reclamatória há um pedido de dano moral, pois o patrão, de forma contumaz, atrasava o pagamento do salário, em média, 13 dias depois do vencimento.

Explico, para os não chegados ao mister: Há na CLT (por enquanto) o Art. 459, que no seu Parágrafo 1º, diz que, quando for mensal, o salário será pago, “o mais tardar, até o quinto dia útil”.

Pois bem.

Não foi deferido o pedido.

Não, não pensem que a Sentença não reconhece os atrasos de 13 dias durante o contrato de trabalho, mas, apenas, não os considera contumaz, pois para assim o ser considerado, somente se for atraso SUPERIOR A TRÊS MESES!

E fundamenta: Artigo 2º, §1º, do Decreto-Lei nº 368/1968.

Fui lá no tal Decreto-lei.

Ele é de 19 de dezembro de 1968; no ano 147º da Independência e 80º da República e é assinado pelo Ditador COSTA E SILVA, devidamente acompanhado de seus Ministros: Antônio Delfim Netto, Jarbas Passarinho e Hélio Beltrão.

Pensei: Reforma Trabalhista para quê?

Ah, aí lembrei que ainda há Juízes em Berlim e fui lá no TST.

Ufa! Vai dar para recorrer!

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